terça-feira, 20 de março de 2012

"Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças"

 
Carlos Drummond de Andrade

Eu queria uma escola que cultivasse
a curiosidade de aprender
que é em vocês natural.

Eu queria uma escola que educasse
seu corpo e seus movimentos:
que possibilitasse seu crescimento
físico e sadio. Normal

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a natureza,
o ar, a matéria, as plantas, os animais,
seu próprio corpo. Deus.

Mas que ensinasse primeiro pela
observação, pela descoberta,
pela experimentação.

E que dessas coisas lhes ensinasse
não só o conhecer, como também
a aceitar, a amar e preservar.

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a nossa história
e a nossa terra de uma maneira
viva e atraente.

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse a usarem bem a nossa língua,
a pensarem e a se expressarem
com clareza.

Eu queria uma escola que lhes
ensinassem a pensar, a raciocinar,
a procurar soluções.

Eu queria uma escola que desde cedo
usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderem brincando...

Oh! meu Deus!

Deus que livre vocês de uma escola
em que tenham que copiar pontos.

Deus que livre vocês de decorar
sem entender, nomes, datas, fatos...

Deus que livre vocês de aceitarem
conhecimentos "prontos",
mediocremente embalados
nos livros didáticos descartáveis.

Deus que livre vocês de ficarem
passivos, ouvindo e repetindo,
repetindo, repetindo...

Eu também queria uma escola
que ensinasse a conviver, a
coooperar,
a respeitar, a esperar, a saber viver
em comunidade, em união.

Que vocês aprendessem
a transformar e criar.

Que lhes desse múltiplos meios de
vocês expressarem cada
sentimento,
cada drama, cada emoção.

Ah! E antes que eu me esqueça:

Deus que livre vocês
de um professor incompetente.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Biografia de Carlos Drummond de Andrade

  Carlos Drummmond de Andrade nasceu em itabira do mato dentro, em 31/10/1902.Em Itabira Carlos Drummond viveu em duas casas, uma que se chama Fazenda do Pontal até os dois anos de idade. Onde foi para uma casa que hoje é museu de 2 aos 18 anos.
  Em Itabira fez um poema sobre a cidade, esse poema se chama "Confidência do Itabirano".Em Belo Horizonte deu início a sua carreira de redator na imprença;e também trabalhou por varios anos como funcionário público.Também em Belo Horizonte trabalhou na imprença oficial como o colaborador do diário de minas,criação da "A Revista" que foi importante para afirmação do movimento modernista mineiro.São conhecidas apeas três edições.
No Rio de Janeiro publica uma sucessão de obras :"Claro Enigma",""Contos de Aprendiz", "A mesa","Passeios na Ilha","Vola de Bolso","Fazendeiro do Ar & Poesia até Agora","Vida de Bolso  Novamente encoroada","Fala Amendoeira" e "Ciclo". Anos se passaram e no dia 31 de Janeiro de 1987, ele escreveu seu último poema " Elegia a um tucano morto". Nessa data Carlos foi homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira com o samba enrredo.Carlos Drummond afalece 12 dias depois da morte de sua filha com poblemas cardiacos no coração.

Caso de secretária-Carlos Drummond

No dia de seu aniversário
Foi trombuto para o escritório
Ninguém recordava da seu aniversário
E nem abraço ganhava
Flores o esperava
O sorriso e o abraço da secretária
O esperava
Mais do que uma auxiliar atenta
Passadaa surpresa
O carinho da secretária
Não o curava
Uma estranha o lembrava,
Abaixou a cabeça,
ficou rolando o lápis entre os dedos
Parecia querer consola-lo
Ela sorria,
O ditado da correspondência
Foi entremeado de suaves brincadeiras
Onde surge a pergunta
Se ele ia comemorar e onde
.